sexta-feira, 8 de novembro de 2019

PROJETO COMPLETO

RESUMO

O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é transtorno do neurodesenvolvimento infantil caracterizado por dificuldades na interação social, comunicação, comportamentos repetitivos e interesses restritos, podendo apresentar também sensibilidades sensoriais. Tendo em vista que existe uma necessidade árdua de se tratar a inclusão como fator de extrema importância no meio social, a inclusão do autista na rede básica de ensino é relevante posto que a escola seja uma das primeiras portas de contato social da criança. Esta inclusão precisa passar por caminhos que a entenda como necessidade e modo de vida, no ambiente escolar a preparação dos professores quanto a mediação do convívio mais próximo do autista com outras crianças, da didática a ser oferecida pelos educadores, ensino acessível, comportamento cotidiano, até mesmo do ambiente a ser construído configuram inclusão em seu sentido amplo. As escolas inclusivas públicas precisam existir e se desenvolverem, visto que o acesso a esse tipo de ensino é mínimo e a necessidade é enorme, também cabe ressaltar a capacitação dos profissionais da educação em aspectos pedagógicos e sociais. A inclusão vai além da estrutura e da boa vontade dos profissionais da educação, “incluir é aceitar, é sentir a educação além do contexto físico do espaço sala ou escola, é, sobretudo, uma forma de estar e de ser dos pais, dos docentes e não docentes, das escolas, da sociedade e do mundo em geral. Isto é inclusão” (CAVACO, 2014, p. 36). O diagnóstico do espectro autista já é difícil para a família. Ao longo da vida, mesmo sendo o agente principal para auxiliar na superação dos desafios, esta família se vê impossibilitada de incluir a criança na educação básica pelo receio de bullying e preconceito, por isso termina por não levá-lo à escola. Diante disso, é necessário a família conhecer a importância da instituição escolar para o desenvolvimento do infante em componentes educativos e sociais. Por se tratar de um tema novo a inserção do autista enfrenta muitos desafios na nossa sociedade. A escola como agente socializador desenvolve um papel fundamental no processo de socialização, por isso, deve estar apta à acolher e desenvolver a criança educacionalmente.


palavras chave: autismo; educação; inserção;

1 INTRODUÇÃO

A educação básica é de fundamental importância na formação educativa de indivíduos, pois, dentre outros aspectos ela influência na formação da identidade da criança e sua forma de atuação no exercício da cidadania. O ambiente escolar favorece a socialização e o desenvolvimento de valores afetivos, cognitivos e emocionais entre elas. Assim, o acesso a ambientes escolares facilita a ampliação do conhecimento dos indivíduos sobre a realidade social e cultural do contexto na qual estão inseridas (Santana, K.,2016).
A Declaração Universal dos Direitos do Homem que ocorreu em 1948 foi um preâmbulo para a atual Política Educacional Brasileira na qual decreta em sua normas, metas a inclusão em escolas regulares de ensino, educação para todos, abarcando indivíduos portadores de necessidades educacionais especiais e que necessitam de atendimento educacional especializado (MARTINS, V.,2008).
Conforme Saraiva e Lopes (2011, p. 17) apud Lopes e Morgenstern (2014, p.183) “estar incluído era simplesmente poder desfrutar dos benefícios que eram estendidos a toda a população”, ou seja, a inclusão de toda a população em participação e interação ativa social.
Para além da comunidade escolar com atendimento consciente e responsável à criança com espectro autista, a família tem papel indispensável para o desenvolvimento da criança. Essas famílias mesmo apresentando dores e sofrimentos durante todo o processo de vivência com seus filhos, historicamente, sua participação foi decisiva para a conquista de direitos (SERRA, Dayse C. G.,2010).
“ Uma escola se distingue por um ensino de qualidade, capaz de formar pessoas nos padrões requeridos por uma sociedade mais evoluída e humanitária, quando consegue: aproximar os alunos entre si; tratar as disciplinas como meios de conhecer melhor o mundo e as pessoas que nos rodeiam; e ter como parceiras as famílias e a comunidade na elaboração e no cumprimento do projeto escolar”(MANTOAN et al, 1997).
Este blog tem como objetivo dar visibilidade às dificuldades de inclusão de crianças portadoras do espectro autista na educação básica.

1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO
A educação infantil é a base inicial do processo educativo, esta deve ser um ambiente onde a infância possa ser vivida em toda sua plenitude, conforme estabelece a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) no artigo 29. 
Dessa forma, é possível compreender a importância  da educação básica como um dos espaços que favorecem o desenvolvimento infantil, tanto pela oportunidade de convivência com outras crianças quanto pelo importante papel do professor, cuja as ações favorecem a obtenção de diferentes habilidades nas crianças. O ambiente escolar possibilita contatos sociais, favorecendo o desenvolvimento da criança autista, assim como o das demais crianças, na medida em que convivem e aprendem com as diferenças. Além disso, na escola regular a criança com espectro autista encontra modelos mais avançados de comportamentos para seguir.



1.2. OBJETIVO GERAL
Compreender como as crianças com espectro autista interagem no ambiente escolar.

1.2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Analisar a inserção do Autista na Educação básica.
Identificar o número de escolas com profissionais capacitados para atender crianças com autismo.
Identificar as dificuldades que o autista enfrenta no ambiente escolar.
Analisar o papel da escola como agente socializador no processo de acolhimento e desenvolvimento da criança educacionalmente

1.3 JUSTIFICATIVA

O projeto tem como função trazer visibilidade a questões relacionadas as dificuldades enfrentadas por portadores do autismo e suas implicações numa sociedade ainda desigual e não inclusiva. Objetiva-se atingir principalmente aos profissionais da educação, autoridades políticas e para população em geral. O projeto de pesquisa se baseia em artigos baseados no tema.
 Existe escassez de escolas com profissionais capacitados para lidar com as crianças que possuem autismo, por isso, eles encontram dificuldades para serem inseridos na escola, assim muitos recorrem ao ensino privado e os que não possuem poder aquisitivo ficam à mercê da educação não especializada.


2. AUTISMO
Desde 1943 há uma tentativa de caracterização do autismo que, para alguns autores, era congênita. Conforme estudavam o espectro descobriu-se que a incidência é maior em meninos do que em meninas (Schawartzman, 1994); as definições e pesquisas foram muitas e levaram para um melhor entendimento no tempo presente.
Assim, o autismo é um transtorno do espectro que vem sendo mais amplamente discutida ao longo dos últimos anos. A discussão é benéfica, pois dá mais visibilidade ao transtorno e provoca questionamentos no que diz respeito, ao que deve ser feito para melhorar a qualidade de vida, seu bem-estar etc. Além disso, assegura os portadores do espectro de que tenham direitos iguais a de qualquer outro indivíduo como confirma o Art 5° da Constituição Federal (BRASIL, 1988).
O autismo ou Transtorno do Espectro Autista (TEA) é caracterizado como uma síndrome comportamental que compromete o desenvolvimento ao longo da vida. As principais alterações identificadas são o déficit nas áreas de comunicação e socialização, padrões restritos e repetitivos de comportamento, interesses ou atividades. (GUIMARÃES, 2019)

2.2 EDUCAÇÃO INCLUSIVA

De acordo com a Unesco (1997) todos têm direito a educação e os sistemas de educação devem ser implementados de acordo com as vastas diversidades e características, foi na declaração de Salamanca que foi incluído o conceito de Educação Inclusiva. A partir dela, houve fortalecimento das crianças serem inclusas no ensino regular. Embora tardiamente, a declaração legitimou aquilo que na prática já deveria ocorrer a muito tempo. Muitas pessoas foram desassistidas por não serem “iguais” as demais.
A educação é um direito garantido na constituição de 1988 no qual é um dever do estado e direito do cidadão, não importando a sua condição. Entretanto, mesmo após anos de Constituição e da declaração da UNESCO o país enfrenta entraves para a contemplação dos direitos estabelecidos na mesma.
Segundo Ainscow, (2009) citador por GOMES (2016, p.125), nos últimos anos, a inclusão, além de gerar polêmicas, por não se tratar de uma tarefa simples, passou a ser considerada para alguns, o maior desafio escolar em todo o mundo.

2.2.1 Educação inclusiva para os autistas

O autismo infantil é caracterizado pela dificuldade em socializar-se, desvio em relações interpessoais, dificuldades na linguagem, comunicação (Schawartzman, 1994 p. 7).  A afirmativa do autor aponta para um lugar mais amplo: a escola. Essa, importante agente socializador na vida de qualquer indivíduo. Levando em consideração a dificuldade de socialização, a escola pode ser um ambiente que estimule essa criança ou faça com que se feche ainda mais por causa de rejeição.
No processo de inclusão, é preciso cuidado com a rejeição da criança que que pode por sito ter uma crise de comportamento. Assim, a relação professor- -aluno destaca-se como uma base de controle, segurança e confiança do aluno de forma que ele controle paulatinamente os seus impulsos (Mello, 2007).
“Nenhuma criança é igual à outra. Por que os autistas seriam?” (RAMOS,2018). A inclusão de alunos com TEA, ainda permanece um desafio para o sistema educacional brasileiro se tornando assim um empecilho para os mesmo obterem a educação apropriada, inclusiva  e de qualidade .
Quando se trata de inclusão de indivíduos com TEA, o processo comprometimento na comunicação, interação social e a presença de padrão restrito e repetitivo de comportamento podem acarretar prejuízos no sucesso do aluno na sala de aula regular, caso não haja um direcionamento eficaz, uma vez que o fato de o TEA ser tão complexo pode ser um fator que dificulte a entrada de pessoas com esse diagnóstico em escolas.(GOMES; MENDES 2010).

 2.3 A importância da tecnologia na escolarização dos autistas

Todas as tecnologias nascem com algum propósito e ela está presente em qualquer lugar, na educação ela é inserida como uma técnica aliada ao uso de equipamentos sofisticados, neste sentido, a tecnologia na educação autista como ferramenta pedagógica possibilita ao professor poder refletir e redirecionar seu planejamento em favor da aprendizagem refletindo, assim, sobre as atitudes docentes frente ao processo de ensino e aprendizagem e a reflexão diária da práxis.
O acesso aos instrumentos que permitem provocar práticas de empoderamento não ocorre de forma automática, em particular para os sujeitos que se encontram em desvantagens físicas, sensoriais, cognitivas, como também para aqueles em condição de vulnerabilidade socioeconômica. Os governos ao estruturar e gerenciar sistemas externos aos indivíduos e às organizações devem forjar estratégias para que as práticas de apropriação de recursos de empoderamento sejam dadas também às pessoas com deficiência. (SANTAROSA; CONFORTO, 2015.)

2.3.1  As Contribuições do Uso da Comunicação Alternativa no Processo de Inclusão Escolar de um Aluno com Transtorno do Espectro do Autismo
A comunicação Alternativa é uma área de conhecimento, de característica interdisciplinar  utilizado com o propósito de identificar um conjunto de recursos (equipamentos, estratégias, práticas, etc.) e serviços que possam contribuir, proporcionar ou ampliar as habilidades funcionais de pessoas especiais e promover sua vida Independente e inclusão, assim, a “Comunicação Alternativa e Ampliada (CAA) é uma subárea da Tecnologia Assistiva e envolve o uso de sistemas e recursos alternativos que oferecem aos indivíduos sem fala funcional possibilidades para se comunicar. Tais mecanismos são elaborados através de sinais ou símbolos pictográficos, ideográficos e arbitrários, a fim de substituir ou suplementar a fala humana, com outras formas de comunicação”. (Nune; Glennem 1997)
Os distúrbios na comunicação começam a ser percebidos paralelamente com o desenvolvimento da criança, desde os seus primeiros anos de vida. Tais problemas de linguagem podem trazer danos significativos ao seu desenvolvimento global. (Walter; Nunes 2008)

Com intuito de minimizar esses distúrbios na comunicação de crianças com TEA, Bondy e Frost (1994), desenvolveram nos Estados Unidos o sistema PECS (The Picture Exchange Communication System), para crianças com TEA e com déficit severo na comunicação oral. O PECS é um sistema de Comunicação Alternativa e Ampliada, cuja utilização é feita partir de trocas de figuras (cartões de comunicação), ou seja, troca-se o cartão de comunicação que está em poder do usuário pelo item desejado por ele, podendo ser um objeto, a solicitação de alguma ação, ou até mesmo a demonstração de algum sentimento ou sensações, a fim de efetivar a comunicação com seu interlocutor.
O sistema se apresenta em seis fases de treinamento, assim que o objetivo de cada fase é atingido, a criança avança para a fase seguinte do sistema, para a criança progredir nas fases seguintes são determinados alguns requisitos pelo próprio manual de instruções do PECS.

O uso da Comunicação Alternativa e Ampliada para estabelecer a comunicação de pessoas com TEA com ausência ou dificuldades na fala tem mostrado resultados positivos, com histórico de sucesso no seu uso, na medida em que as pesquisas vêm apresentando resultados positivos com significativa melhora no desenvolvimento da comunicação e da linguagem. No entanto, ainda há uma baixa produção científica em relação a estudos envolvendo comunicação alternativa e autismo.
(Tamanaha; Walter; Schimidt 2013)

3 Métodos

 Estudo quantitativo analítico
Área de estudo: Imperatriz, segunda maior cidade do estado do Maranhão, localizada ao sul do estado com uma população estimada de 234.547 mil habitantes, de acordo com o IBGE em 2010.
População: Estudantes matriculados da rede básica de ensino de Imperatriz
Amostra: Estudantes que possuem a condição do Espectro Autista. O método utilizado será do tipo aleatório.
Estudo piloto: Estudo e ensaio de eventuais entrevistas que serão aplicadas paras os pais ou responsáveis dos autistas no ambiente escolar.

REFERÊNCIAS

BENITEZ, Priscila; DOMENICONI, Camila. Atuação do psicólogo na inclusão escolar de estudantes com autismo e deficiência intelectual. Psicol. Esc. Educ., Maringá,  v. 22, n. 1, p. 163-172,  Abril de   2018 . Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-85572018000100163&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 19 out  2019

LEMOS, Emellyne Lima de Medeiros  Dias; SALOMAO, Nádia Maria Ribeiro; AGRIPINO-RAMOS, Cibele Shírley. Inclusão de crianças autistas: um estudo sobre interações sociais no contexto escolar. Rev. bras. educ. espec.,  Marília ,  v. 20, n. 1, p. 117-130,  Março de   2014 . Disponível em :<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-65382014000100009&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 19 de out  2019

LEMOS, Emellyne Lima de Medeiros Dias et al . Concepções de pais e professores sobre a inclusão de crianças autistas. Fractal, Rev. Psicol. ,  Rio de Janeiro ,  v. 28, n. 3, p. 351-361,  setembro de 2016.  Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1984-02922016000300351&lng=en&nrm=iso>. Acesso em:  19  Out.  2019

LIMA, Stéfanie Melo; LAPLANE, Adriana Lia Friszman de. Escolarização de Alunos com Autismo. Rev. bras. educ. espec.,  Marília ,  v. 22, n. 2, p. 269-284,  junho  2016 .  Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-65382016000200269&lng=en&nrm=iso>. Acesso em:  19 Out 2019.

SANTAROSA, Lucila Maria Costi; CONFORTO, Débora. TECNOLOGIAS MÓVEIS NA INCLUSÃO ESCOLAR E DIGITAL DE ESTUDANTES COM TRANSTORNOS DE ESPECTRO AUTISTA. Rev. bras. educ. espec.,  Marília ,  v. 21, n. 4, p. 349-366, dezembro de   2015. Disponível em :<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-65382015000400349&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 19 de out.

SILVA DA LUZ, Mariana Helena; GOMES, Candido Alberto; LIRA, Adriana. Narrativas sobre a inclusão de uma criança autista: desafios à prática docente. Educación, Lima,  v. 26, n. 50, p. 123-142, março de 2017 .   Disponível em: <http://www.scielo.org.pe/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1019-94032017000100007&lng=es&nrm=iso>. Acesso em: 19 de out

TOGASHI, Cláudia Miharu; WALTER, Cátia Crivelenti de Figueiredo. As Contribuições do Uso da Comunicação Alternativa no Processo de Inclusão Escolar de um Aluno com Transtorno do Espectro do Autismo. Rev. bras. educ. espec., Marília, v. 22, n. 3, p. 351-366, setembro de 2016.  Disponível em:<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-65382016000300351&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: out 2019.

GOMES, Camila Graciella Santos; MENDES, Enicéia Gonçalves. Escolarização inclusiva de alunos com autismo na rede municipal de ensino de Belo Horizonte. Rev. bras. educ. espec., Marília, v. 16, n. 3, p. 375-396, dezembro de   2010.  Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-65382010000300005&lng=en&nrm=iso>. acesso em: 19 de out 2019